Assunto: Redação de Aluna da UFPE... que imaginação!!!!
REDAÇÃO DE ALUNA DA UFPE
Vai ser culta assim lá longe! Leiam até o final, é muito legal!
Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade
Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido
pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.
REDAÇÃO:
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se
encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural,
com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem
definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso
predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um
sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e
filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois
sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa
oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse
pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro:
ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns
sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o
elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára
justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal,
e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma
fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para
ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num
vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e
rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam
terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo
seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem
um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando
ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma
ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por
essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o
comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias,
parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns
minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia
tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era
um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do
seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta
abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha
percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se
encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e
exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou
melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o
seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora
por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu
adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem
comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com
aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para
seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do
substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só
que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal,
penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento
verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido
depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final
na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela
janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com
o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
REDAÇÃO DE ALUNA DA UFPE
Vai ser culta assim lá longe! Leiam até o final, é muito legal!
Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade
Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido
pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.
REDAÇÃO:
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se
encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural,
com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem
definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso
predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um
sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e
filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois
sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa
oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse
pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro:
ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns
sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o
elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára
justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal,
e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma
fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para
ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num
vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e
rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam
terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo
seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem
um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando
ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma
ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por
essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o
comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias,
parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns
minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia
tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era
um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do
seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta
abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha
percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se
encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e
exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou
melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o
seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora
por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu
adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem
comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com
aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para
seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do
substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só
que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal,
penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento
verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido
depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final
na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela
janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com
o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
NOTA: ISTO É QUE É UM SEXO GRAMATICAL.......
Publicada por RUI RICARDO RAMOS.
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