domingo, 18 de setembro de 2011

CADÊ A UNE? E A CUT? E O MST?

A Polícia Militar do Distrito Federal calculou, imprecisamente, em “milhares” as pessoas que se manifestam em Brasília contra a corrupção neste Dia da Pátria, em longa marcha que atravessou a Esplanada dos Ministérios e terminou diante do Congresso Nacional.
Os protestos ocorreram paralelamente à parada militar que comemora o 7 de setembro. A principal manifestação contra a corrupção começou por volta das 10 horas próximo ao local da parada.
Os manifestantes levaram carros de som, cornetas, tambores e apitos para chamar a atenção da presidente Dilma e dos políticos. A Presidência, no entanto, tomou o cuidado de isolar a região do desfile de forma que Dilma não veja nem ouça o protesto.
Talvez num excesso de otimismo, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, comparou o movimento às Diretas-Já que varreu o país, começando em 1983 e alastrando-se pelo ano de 1984, e aos protestos pelo impeachment do então presidente Fernando Collor, que, em 1992, também tomaram conta do país.
“Essa é uma forma de dizer que país queremos, com moralidade e justiça”, disse Ophir. “É assim que começa”. A OAB lançou um manifesto conjunto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) — as mesmas entidades que deram seu suporte ao impeachment — apoiando o movimento popular contra a corrupção que se dissemina por 34 cidades em 17 Estados brasileiros e pedindo o “aprimoramento” dos três Poderes, a aplicação da Lei da Ficha Limpa e uma maior transparência nos gastos do governo.
Vocês não estão notando nada de novo — além da excelente notícia de que a até então amorfa, anestesiada sociedade brasileira começa a se mexer?
Dou-lhes uma, dou-lhes duas…
Cadê a CUT? Onde estão os raivosos barbudos que dirigiam a entidade e, de tão oposicionistas, costumavam se recusar a atender a convites de presidentes eleitos pelo povo para dialogar no Palácio do Planalto (aconteceu com Collor e com FHC)? Onde estão seus atuais dirigentes para protestar contra a roubalheira em vários Ministérios, contra a impunidade e a safadeza?
Cadê o Paulinho da Força Sindical, que, de próximo às oposições, agora que está no PDT e é deputado também gosta cada vez mais de ser correia de transmissão do governo?
Cadê a UNE? (Eu sei a resposta: está amortecida pelo dinheirão que vem do governo direto para os cofres dos picaretas que a dirigem).
Cadê o MST, que protesta contra tudo e todos?
Nem sequer nos sites da UNE e da CUT, até agora há pouco, havia qualquer referência a protestos, e praticamente nada ao evento 7 de setembro em si. No da CUT, entre as notícias principais, estavam perólas como “Venezuela discute o papel da imprensa na questão da Líbia”, e no da UNE havia fotos dos recentes encontros da presidente e ministros com estudantes. Inclusive um com a estudante chilena famosa Camila Vallejo.
Os protestos foram convocados via redes sociais e não querem ter cor partidária — tanto é que já houve, em Brasília, enfrentamentos entre manifestantes e um grupo de militantes do PSOL.
Se os protestos aumentarem de vulto nos próximos dias, semanas e meses — nunca se sabe, mas é uma possibilidade — e essas entidades continuarem de boca fechada vai ficar claro o quão pouco eles representam quem dizem representar.
Seu silêncio, hoje, é cúmplice — e vergonhoso.

Fonte: Blog do Ricardo Setti
Publicado em Blog-Jornal O Campineiro por RUI RICARDO RAMOS

Um comentário:

  1. Pois é amigo, do tempo dos "caras pintadas" ao dos "caras de pau", muita lavagem cerebral. Às vezes penso que não é anestesia não, é conivência mesmo. Vou compatilhar seu comentário, porque, mesmo à distância, vc enxergou bem a situação deste deserto central.

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Quem sou eu

Tenho 46 anos, sou casado e tenho uma flha que se chama Náheda Cecília e uma esposa chamada Geralda. Sou funcinário público do Poder Judiciário. Sou formado em dois cursos superiores: Engenharia de Minas e Licenciado em Ciências Geográficas. Vivo na bela e punjante cidade de Campina Grande - PB. Sou poeta por opção e por receio de perder-me nos bastidores das minhas idéias. Assim, transformo-as, tão somente, em palavras e poesias.