Sementes se semeiam
em solo seco e sem limo.
Poda-se os espinhos que crescem
e as vazantes ladeiam.
Nasce a planta,
brotam flôres
de limbos largos e planos.
De novo crescem os espinhos
antes dos frutos brotarem.
Matam a planta,
digerem as flôres
que delas só restam o quimo.
Da planta forte e frondosa
que entre os espinhos se ergueu
agora só restam lembranças
e o lamento do homem
que da planta se esqueceu.
Mas os limbos das suas flôres
que não vingaram na Terra
agora são os limbos dos céus,
amados pelos deuses.
E o homem esquecido
cultiva os espinhos na terra
deixando-a frágil e frígida.
E até os espinhos no cio,
gritam ao homem:
Insensatos!
Não vêm que estamos morrendo?
Pouco nos resta ...,
só o nada.
Façam uma prece aos deuses,
ergam templos a eles,
para que nos mandem flôres!
Por RUI RICARDO RAMOS.
NOTA: Texto poetizado em 30.05.1993. Inédito!
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