O inferno que nos ensinam
Não é dito como é.
É feito nódoa,
Mancha que não se pune,
Casa que não se varre.
Existe na fraternidade dos deuses
Para punir os fracos
Por tempos muitos.
O inferno tem a cara
Dos déspotas do nosso tempo,
Sem lábios nem expressões,
Inclementes e amorais.
O inferno que nos ensinam
Não é morno e nem é quente.
É frio como os corações
Dos homens que nunca viram
(Esta semente de virtude!)
O inferno é assim,
Sem caldeirões quentes
Nem pedidos de clemência.
É o caminho reto
Dos que não se enquadram
Nem se perpetuam
Em conjunturas mórbidas.
Por RUI RICARDO RAMOS.
NOTA: Texto poetizado na madrugada de 11.06.1994. Inédito!
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