Fevereiro,
seu segundo amanhecer
veio-nos tristonho.
(morreu a rosa,
Minha Rosa morreu sozinho,
na solidão,
sem que ninguém percebesse,
partiu.)
A mim
coube a estranha tarefa
de removê-lo ao pó,
de onde veio.
Muitos anos se passaram,
desde a sua vinda
até o momento em que partiu.
Lembro-me:
não nos dávamos muito bem
(na verdade
não gostava de mim,)
enquanto eu,
só agora percebo:
Eu o amava!
Mesmo com o nosso
inexpressivo relacionamento,
eu o amava.
Compreendia,
as suas reações agressivas,
atendia
a uma forma menor
de raciocínio,
de auto-defesa:
(o instinto!)
Ele não podia entender-me
e eu admirava-o pois,
apesar das reações secas
instantâneas, cruéis, indecifráveis,
para alguns desleais,
grotescas, animalescas, ...
Não o compreendiam,
ele era sincero!
Jamais se mostrou a mim
em estado de falsidade,
coisa tão comum
entre os homens.
(Eu o entendia e amava.)
Num ato instintivo e de reflexo
atirei
a embalagem que continha-o
por sobre algumas árvores.
Neste exato momento,
vi
o seu espírito alado
lançar-se
de peito aberto no espaço,
num vôo poético
sob o sol
da Serra Rainha
e se perder de EU
no infinito:
(Nunca esquecerei
este momento.)
Adeus à rosa
à Minha Rosa.
Por RUI RICARDO RAMOS.
NOTA: Texto poetizado em 02.02.1989. HOMENAGEM. Inédito!
Lindo, sucinto, equalizam-te, perfeito!!
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