quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

ADEUS À ROSA.

Fevereiro,
seu segundo amanhecer
veio-nos tristonho.


                              (morreu a rosa,
                               Minha Rosa morreu sozinho,
                               na solidão,
                               sem que ninguém percebesse,
                               partiu.)


A mim
coube a estranha tarefa
de removê-lo ao pó,
de onde veio.


Muitos anos se passaram,
desde a sua vinda
até o momento em que partiu.


Lembro-me:
não nos dávamos muito bem
                                   (na verdade
                                    não gostava de mim,)


                                    enquanto eu,
                                    só agora percebo:


Eu o amava!


Mesmo com o nosso
inexpressivo relacionamento,
eu o amava.


Compreendia,
as suas reações agressivas,
atendia
a uma forma menor
de raciocínio,
de auto-defesa:


                              (o instinto!)


Ele não podia entender-me
e eu admirava-o pois,
apesar das reações secas
instantâneas, cruéis, indecifráveis,


                               para alguns desleais,
                               grotescas, animalescas, ...


Não o compreendiam,
ele era sincero!


Jamais se mostrou a mim
em estado de falsidade,
coisa tão comum
entre os homens.


                               (Eu o entendia e amava.)


Num ato instintivo e de reflexo
atirei
a embalagem que continha-o
por sobre algumas árvores.


Neste exato momento,
vi
o seu espírito alado
lançar-se
de peito aberto no espaço,


num vôo poético
sob o sol
da Serra Rainha
e se perder de EU
no infinito:


                              (Nunca esquecerei
                                este momento.)


Adeus à rosa
à Minha Rosa.


Por RUI RICARDO RAMOS.


NOTA: Texto poetizado em 02.02.1989. HOMENAGEM. Inédito!

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Quem sou eu

Tenho 46 anos, sou casado e tenho uma flha que se chama Náheda Cecília e uma esposa chamada Geralda. Sou funcinário público do Poder Judiciário. Sou formado em dois cursos superiores: Engenharia de Minas e Licenciado em Ciências Geográficas. Vivo na bela e punjante cidade de Campina Grande - PB. Sou poeta por opção e por receio de perder-me nos bastidores das minhas idéias. Assim, transformo-as, tão somente, em palavras e poesias.